Sejam muito bem-vindos à décima primeira edição da Azores Logbook, a publicação mensal que irá relatar tudo o que se passou em termos de Geocaching, nos Açores, em julho de 2018.
Neste número vamos expor, num artigo de opinião de um dos nossos membros, um episódio que se passou no passado mês relacionado com o Geocaching na Ilha Terceira.
Vamos ainda falar acerca de algumas curiosidades no que concerne às caches do tipo virtual existentes no Arquipélago dos Açores.
Iremos, ainda, como habitualmente, referenciar as geocaches que mais se destacaram neste sétimo mês do ano e ainda referir os eventos que aconteceram um pouco por todas as ilhas açorianas.
Terminamos com todas as caches publicadas, no arquipélago, em julho.
Votos de uma excelente leitura.
Bárbara Sousa (BaSousa), Henrique Bulcão (Wessel1985), Luís Serpa (luis serpa), Pedro e Susana Silva (ordep_81) e Ricardo Brasil (Spicozo)
Utilizo, em nome pessoal, a Azores Logbook para escrever um pouco acerca de um episódio triste que se passou no Geocaching terceirense, por entender que este é o veículo certo para informar os geocachers em geral sobre este problema que poderá acontecer em mais locais do nosso país, o que esperamos não aconteça.
No passado mês de julho, vários owners, da Ilha Terceira, foram surpreendidos com o envio de um e-mail por parte da diretora do Parque Natural da mesma ilha, que num tom persecutório e absolutamente inaceitável colocou um ultimato a estes mesmos geocachers.
Na referida mensagem eletrónica, esta entidade, na figura de Sónia Alves, exigiu o arquivamento imediato de todas as caches que estivessem em zona de parque natural, terminando com ameaças de denúncias à Groundspeak caso o pedido não fosse realizado.
No entender deste Parque Natural, a presença de geocaches em zonas protegidas representa um grande perigo para as espécies endémicas e os geocachers uma ameaça a essas mesmas espécies.
Esta linguagem e este modus operandi levou ao arquivamento de muitas caches emblemáticas na ilha, o que representa uma enorme estocada no nosso geocaching, que já era limitado em termos de espaço, por sermos um pequeno pedaço de terra no meio do oceano.
Torna-se ainda mais complicado, quando este comportamento vem de instituições que tinham o dever de tentar compreender o fenómeno, ao invés de o procurar destruir na sua base, sem sequer tentar ter conhecimento mínimo acerca dos fundamentos do Geocaching.
De ressalvar que a comunidade geocacher terceirense já tinha demonstrado vontade de diálogo e de estratégias comuns, anteriormente, marcando eventos em parceria com esta mesma organização, no sentido de estimular a consciência ambiental em cada vez mais pessoas.
É para nós, geocachers, incompreensível que se permita a presença, em simultâneo, de 50 a 100 pessoas nestas mesmas zonas, por parte de grupos organizados de caminhadas, o que para estes senhores não deve representar uma grande pegada ambiental e que, ao mesmo tempo, se condene o arquivamento de geocaches que muitas nem 50 visitas tinham durante toda a sua existência de vários anos.
Também é completamente inexplicável porque não se tentou uma plataforma de diálogo com os geocachers terceirenses, de forma a tentar encontrar uma solução que fosse positiva para ambas as partes.
Como se pretende fomentar o turismo de natureza nesta ilha, se depois os comportamentos e as ações não acompanham essa evolução?
Maçãs podres há em todas as coisas e em todas as atividades, mas não foram e não serão certamente os geocachers que contribuem para a degradação ambiental nem para a não preservação das paisagens das ilhas.
Não existe é vontade política para perceber quais são as verdadeiras ameaças ao ambiente e por isso condena-se o alvo mais fácil.
A filosofia desta atividade sempre foi bastante consciente nas questões ambientais e sempre se procurou fomentar, por exemplo, a limpeza das orlas costeiras ou a limpeza das zonas circundantes às geocaches, factos que foram olimpicamente ignorados por esta entidade.
Fica o vazio e o desgosto de vermos tantos tesourinhos desaparecerem do nosso mapa. Certamente, serão substituídos por outros tipos de plásticos, com muito menos pessoas a preocupar-se com eles.
Henrique Bulcão (Wessel1985)
Gato Das Botas [GC7MQR1] by Team_CooperD
11/07/2018
10 
6 
75%
Virtual Reward - MONUMENTO À AUTONOMIA [GC7B7JA] spooky29
31/07/2018
14 4 
40%
Novamente, houve duas caches que, no nosso entender, destacaram-se das que foram publicadas em julho.
A tradicional, pelo seu elevado número e rácio de favoritos (75%), bem como pelos relatos elogiosos daqueles que já visitaram-na.
A virtual, por ser um tipo de cache bastante raro e por fazer parte de uma edição limitada de Caches Virtuais, criada entre 24 de agosto de 2017 e 24 de agosto de 2018. Assim, entendemos dar destaque à virtual que foi publicada, este mês, em Ponta Delgada, realçando o monumento que foi construído com o intuito de enaltecer a autonomia dos Açores. Também é de salientar a oportunidade que o owner spooky29 teve para "esconder" uma Cache Virtual, sendo que, a nível mundial, apenas 4000 owners foram contemplados.
Certamente, estas são caches que merecem uma visita.
Neste sétimo mês do ano, ocorreram 16 eventos no nosso arquipélago, todos eles realizados nos grupos ocidental e oriental.
Logo no dia 1, aconteceram 2 eventos na ilha verde. Pela manhã, a Team_CooperD organizou o habitual Coffee Time VIII, juntando os presentes num agradável pequeno-almoço. De seguida, o geocacher rjpcordeiro fazia a antevisão de um geo-casamento muito aguardado com o evento E o convite? P.S. - Ainda vais a tempo!, reunindo a comunidade num apetitoso piquenique.
No dia 2, a Team Frida, de passagem pelos Açores, juntou turistas e locais num interessante convívio (Meet Team_Frida on tour (Ponta Delgada)).
No dia 4, o geocacher PALHOCOSMACHADO organizou, na Lagoa, o evento Geocaching - Uma Ferramenta Educativa 2. Algumas horas antes, em Ponta Delgada, ocorreu mais um convívio (Come and meet the Swedes), promovido por geocachers nórdicos.
No dia 5, ocorreu outro evento (Meet the scandinavians), organizado por geocachers suecos, que decerto ficaram maravilhados com as belezas de São Miguel.
No dia 8, o geocacher Fábio Fátima 2016 celebrou a chegada do verão, com o evento Noites de Verão.
No dia 13, o geocacher mcassis juntou a comunidade no evento 13th - The Fourth, enquanto que nos dias 14 e 15, o geocacher PALHOCOSMACHADO organizou, em Santa Maria, os eventos Lets talk about Geocaching with some BLUES... e WELCOME FRIENDS... AND HAPPY BIRTHDAY.
Ainda, no dia 15, em São Miguel, a Team_CooperD mantinha a tradição, organizando mais um Coffee Time IX.
No dia 18, a família nortenha "Os Malheiros" assinalou a sua passagem pela ilha de São Miguel com o evento Os Malheiros por São Miguel.
No dia 23, o geocacher PALHOCOSMACHADO celebrou a amizade entre portugueses e alemães com o evento FRIENDSHIP/FREUNDSCHAFT PORTUGAL-GERMAIN IV.
Finalmente, nos dias 26, 28 e 31, o geocacher mcassis celebrou a sua passagem pelo grupo ocidental com três convívios (Café e..., Boa noite ocidente! e Adeus ocidente!).
Já alguma vez abriram o vosso mapa do Geocaching e notaram a presença de uns fantasmas? Não se preocupem, pois o vosso computador não está assombrado, nem nada do que se pareça, é apenas um dos tipos de cache mais antigo, e não muito frequente hoje em dia.
As caches do tipo Virtual foram descontinuadas em 2005, uma vez que era difícil regular a sua criação. Estas, ao contrário de outros tipos, não possuem um container físico, sendo que para efetuar o log, o geocacher deve dirigir-se às coordenadas indicadas e, normalmente, tirar uma fotografia descrita nos critérios da própria cache.
Contudo, devem estar a pensar: “Mas, ainda ontem foi publicada uma virtual, então como é que foram descontinuadas?”. Pois bem, este foi um projeto da Groundspeak que ofereceu a 1% dos geocachers do mundo, a possibilidade de criar uma cache deste género, no período de agosto de 2017 a agosto de 2018. Para mais informações acerca desta iniciativa, podem consultar o seguinte link: Caches Virtuais, o Mundo a não Perder!
Decidiu-se abordar este tópico, porque pelo menos dois geocachers dos Açores foram contemplados com esta hipótese, Castanha09 e spooky29, publicando uma virtual na Terceira e outra em São Miguel, respetivamente, Angra Património Mundial / World Heritage City e Virtual Reward – MONUMENTO À AUTONOMIA, perfazendo um total de 7 caches virtuais no Arquipélago dos Açores, 4 em São Miguel, 2 na Terceira e 1 no Faial.
Mas, se foram descontinuadas em 2005, então as já existentes são bem antigas, o que de facto é verdade, como podem ver na tabela abaixo (dados a 26/08/2018).
|
Nome da Cache |
Ano de Publicação |
N.º de Founds |
N.º de Favoritos |
|
2002 |
565 |
21 |
|
|
2002 |
1596 |
208 |
|
|
2002 |
1971 |
285 |
|
|
2002 |
1015 |
72 |
|
|
2003 |
749 |
72 |
|
|
2018 |
28 |
6 |
|
|
2018 |
14 |
4 |
Apesar de ser um tipo de cache bem antigo, existem muito poucas caches deste tipo no arquipélago, o que as torna especiais de certa forma, uma vez que em condições normais, tais já não podem ser publicadas. Assim, estas pérolas são motivo de uma paragem obrigatória, para quem nos visita.
Para a execução desta edição do Azores Logbook, contámos com a colaboração dos geocachers azi mute, elsa/carlos, Fábio Fátima 2016, rjpcordeiro e Team_CooperD. O nosso obrigado a todos eles.
