Sejam muito bem-vindos à décima segunda edição da Azores Logbook, a publicação mensal que irá relatar tudo o que se passou em termos de Geocaching, nos Açores, em agosto de 2018.
Neste número, vamos falar, na rúbrica “Cache Histórica”, de um tesouro muito especial para o nosso país, visto ser a geocache mais antiga colocada em Portugal ainda no ativo. Contaremos, assim, com o relato de um dos nossos membros, que revelará a sua experiência aquando da realização da “Translant Chess Cache”.
Neste mês, veraneante e convidativo para a prática desta atividade, daremos realce à cache que mais se destacou neste período e ainda a todos os eventos que foram acontecendo um pouco por todo o arquipélago açoriano.
Vamos, ainda, visto agosto ser um mês conhecido pelas expedições de turistas às nossas ilhas, relatar mais uma viagem pelas ilhas de bruma com a colaboração da Silvana, que nos vai falar um pouco acerca da sua mais recente aventura pelas nossas ilhas.
Terminamos mais esta Azores Logbook, com todas as caches publicadas nos Açores, neste mês.
Votos de uma excelente leitura.
Bárbara Sousa (BaSousa), Henrique Bulcão (Wessel1985), Luís Serpa (luis serpa), Pedro e Susana Silva (ordep_81) e Ricardo Brasil (Spicozo)
AZGTJ - Translant Chess Cache [GC8EF9] by Gummy(Az) Team
991 61 20%
Quando comecei este meu hobby geocachiano, estava longe de pensar que na minha linda ilha Terceira encontrava-se a mais antiga geocache em atividade de todo o território português, criada pelo geocacher Finster, a 15 de maio de 2001. Apesar de ter sido oficialmente a segunda a ser publicada pelos revisores de então, foi a primeira a ser de facto encontrada e registada no site oficial, uma vez que a mais antiga (AlfaRomeu Abandonado! - GC1DA) nunca chegou a ter founds e foi arquivada poucos meses depois da sua publicação.
Por isso, quando tomei conhecimento da antiguidade e importância desta geocache no panorama nacional, fiquei curioso para saber se iria ter a felicidade de encontrar o logbook e o container originais.
Na primeira oportunidade que surgiu, segui com o intuito de saciar a minha curiosidade e ao chegar ao GZ, não resisti e sentei-me a contemplar a já conhecida, mas sempre bonita e cativante vista sobre a “Mui Notável” cidade da Praia e sua grandiosa baía, cujo mar naquele final de tarde parecia completamente rendido aos encantos praienses.
Quanto ao mais antigo tesourinho português, apareceu pouco tempo depois de iniciar as buscas e ao abrir o container, constatei que o logbook existente era ainda o original. Surpreendentemente, tinha sobrevivido por mais de uma década às adversidades, num mundo cheio de muggles.
E ali fiquei, absorto, a folhear aquele “caderninho” mágico e a ler alguns dos primeiros logs, tendo-me então questionado sobre quantos daqueles pioneiros, que deixaram naquele logbook a sua marca, estariam ainda hoje em dia ativos no geocaching, pensei que provavelmente não seriam muitos, pois nos dias de hoje, quase tudo passa depressa de moda.
A luz natural já começava a escassear, quando decidi que era hora de devolver o tesouro ao seu esconderijo, para que outros o pudessem encontrar, e lá rumei para outras paragens.
E, foi assim que deixei gravado um bocadinho de mim ali na geocache mais antiga de Portugal.
Anos mais tarde, dou por mim a escrever este texto, e a curiosidade voltou, então fiz uma rápida pesquisa que levou-me a concluir que do pódio dos primeiros a encontrar esta geocache, apenas um continua ativo, tendo encontrado alguns tesourinhos no último ano (Smoothzalen) e sendo inclusive owner de duas geocaches ativas na zona da Carolina do Norte. Os restantes que completaram o trio só visitam esporadicamente os seus perfis na página oficial.
É, sem dúvida, extraordinário o percurso desta atividade, que tanto cresceu no país, em pouco mais de 17 anos, tendo começado nesta cache, aqui neste cantinho do céu, colocada pelo owner de então, com o intuito de levar locais e visitantes a apreciar a bonita vista sobre a cidade, e pedindo aos que a visitavam, para se possível fosse, deixar/trocar peças de xadrez… tudo isto, porque a vida será sempre um jogo!
Ricardo Brasil (Spicozo)
Professor Pardal [GC7TV9X] by PDL1950
01/08/2018
5 4 80%
Esta cache enigma foi, em nosso entender, a cache que mais se destacou, entre as publicadas em agosto. Pelo seu elevado número e rácio de favoritos, esta é certamente uma cache a merecer uma visita.
Neste mês, em que ocorreram apenas 8 eventos no nosso arquipélago, merecem destaque os 4 evocativos do Dia Internacional do Geocaching, que permitiram aos participantes ganhar um souvenir digital.
Assim, no dia 18, em São Miguel tiveram lugar 3 eventos, assinalando este dia tão especial.
O geocacher PALHOCOSMACHADO abriu as hostilidades com o evento International Geocaching Day 2018.
Depois, foi a vez da schindler.team juntar os locais em mais um convívio (International Geocaching Day 2018 - Ponta Delgada).
Por último, a Team BITE também organizou um encontro alusivo a este dia, intitulado Celebration of another year.
Na Graciosa, o casal nortenho Weed Hunter e Silvana assinalaram a sua presença na ilha branca, organizando um raro evento por aquelas paragens (International Geocaching Day 2018 - Graciosa). Fica o relato da Silvana, sobre a forma como este dia foi passado na segunda ilha mais pequena dos Açores.
Falou-se das maravilhas que cada ilha dos Acores tem para mostrar e da experiência de cada um.
Parecia que iria haver assunto para várias horas.
Isto, depois da visita a uma cache de terreno 4 e EC, em plena tarde de calor, mas com uma paisagem de cortar a respiração.
Foi-nos dada a oportunidade de visitar fontes termais que desaguam numa baía/ praia da Graciosa.
Foi uma excelente tarde de convívio e geocaching.
À parte deste dia, os outros 4 eventos realizados nos Açores, distribuíram-se da seguinte forma:
- No dia 5, a Team_CooperD organizou mais um Coffee Time X.
- No dia 11, a schindler.team manteve a tradição e levou a cabo mais uma GeoFornada IV.
- No dia 16, na ilha Terceira, o geocacher Clavent juntou os locais num agradável convívio (Bora lá beber um copo!).
Finalmente, no dia 19, a dupla elsa/carlos voltou a desafiar os geocachers a embarcarem rumo ao ilhéu de Vila Franca do Campo ("O ilhéu tão perto II").
"Tour pelo Grupo Oriental e Central das ilhas dos Açores"
I - Ilha de Santa Maria
Esta era a única ilha que nos faltava conhecer de todo.
Aproveitámos as férias para vir explorar as suas lindíssimas praias de areia branca e baías (Formosa, S. Lourenço, Anjos), a zona central extremamente verdejante com o Pico a surgir destacado entre brumas, assim como, os extremos este mais árido como o Barreiro da Faneca, o famoso e conhecido deserto vermelho.
Santa Maria, é de facto, uma ilha de muitos contrastes!
Fascinou-nos a história do aparecimento e desaparecimento da ilha, a sua geomorfologia como a zona da Ponta do Castelo, e acima de tudo, os seus fósseis presentes em toda a ilha, principalmente, o trilho do Sul da rota dos fósseis que vai desde a Vila do Porto à Praia Formosa.
Descobrimos a gastronomia local com o seu fabuloso peixe, participámos em festividades locais assistindo ao concerto da Ana Bacalhoa, conhecemos gente da ilha e as suas histórias.
Como se poderia dizer.... Fomos muito felizes nesta ilha!
II - Ilha Graciosa
Um dos motivos da vinda aos Açores foi o de visitar amigos que não víamos há algum tempo.
Foi o que fizemos na Graciosa.
Devo confessar que nos sentimos tratados que nem reis!
Ficam mesmo muitas saudades desta gente tão hospitaleira!!!!
Entre as festas do Carapacho, as almoçaradas e jantaradas, pouco tempo sobrou para visitar caches.
Acabámos por aproveitar o pouco tempo para dar umas voltinhas à ilha.
III - Ilha de São Jorge
Aproveitámos o tour pelo Grupo Central, nomeadamente por São Jorge, para estarmos com os nossos amigos, o TeamJorgenses.
Uns dias para passear pela ilha, mas acima de tudo, para relaxar.
Acabámos por ainda nos cruzar com "amigos" da marina de Porto/Gaia.
Que coincidência!
São Jorge é uma das ilhas de eleição! Para fotos, não há igual em termos de luminosidade.
Aproveitei para tirar muitas fotos e ainda conhecer locais de que não tínhamos visitado em 2016, como os da produção de café Arábica.
IV - Ilha do Pico
A visita à ilha do Pico agendou-se no sentido de estarmos com os amigos de São Roque do Pico, Lajes e Madalena.
Acabámos por só conseguir estar com alguns, o que já não foi mau, dado ser agosto.
As festas nas Lajes estavam ao rubro... Curiosamente, apanhámos festas em quase todas as ilhas que visitámos!
Aproveitámos o pouco tempo livre para passear e visitar algumas caches. Desta vez, nem nos preocupámos com a subida ao Pico e respetivo Piquinho, pois era algo que já tínhamos feito aquando da primeira visita.
Aproveitámos ao máximo estes dias e esticámo-los bem para durarem eternamente.
É claro que não podíamos deixar de fora a gastronomia local, nem a prova de vinhos com amigos.
V - Ilha do Faial
Há já algum tempo que tínhamos previsto voltar ao Faial e rever o nosso amigo Jan.
Aproveitámos pois esta viagem para assim passearmos juntos e melhor conhecer alguns locais e iguarias da ilha.
Ficámos fans do Genuíno.
O Faial é uma ilha de contrastes, ponto de encontro de muitas culturas e suas gentes e também, de muita alegria. Não fosse este ano, o dos festejos dos 100 anos do Peter's.
Foram uns dias muito bem passados... Ainda hoje sonho com as vistas da piscina para o Pico!
Que saudades!
Os Açores transmitem este vírus... Que se implanta sob a pele e nos faz recordar com nostalgia as belas paisagens bucólicas que se estendem até ao mar e desperta os nossos sentidos.
Uma palete de cores, paisagens, gentes e história, às quais não se consegue ficar indiferente.
VI - Ilha de São Miguel
A ilha de São Miguel foi o ponto de chegada e de partida dos Açores.
Aproveitámos esta breve passagem, para melhor conhecer alguns dos locais mais emblemáticos como a Lagoa das Sete Cidades, a de Santiago, Lagoa do Fogo, a zona das Furnas e provar o famoso cozido, Caldeira Velha, Gruta do Carvão entre outros ex-libris.
Fica agora a faltar uma viagem mais demorada para apenas conhecer esta ilha com mais pormenor.
Do que vimos até hoje, adorámos!
Silvana Pires (Silvana)
Para a execução desta edição do Azores Logbook, contámos com a colaboração dos geocachers BootsInTheEarth, elsa/carlos, Lusitana Paixão, schindler.team e Silvana. O nosso obrigado a todos eles.