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19 May 2017 Written by  RuiJSDuarte

Cache em destaque: Boquilobo

A “época das chuvas” aproxima-se do seu final e não queria deixar passar em branco (mais um)a visita de Inverno a este belíssimo local!

O Paúl do Boquilobo é um local muito especial e com características muito próprias, mesmo tendo em conta que é uma zona alagadiça, pelo menos do que toca a incautos visitantes, menos prevenidos para os humores do local… cada vez que ouço dizer que nevou na Estrela e que o acesso à Torre está fechado, lembro-me do Boquilobo! Se não chove está muito seco, se chove muito está intransitável. J

Realmente, para que quer “apenas” passear, o “Boquilobo tem gaitas” (expressão que ouço muitas vezes na zona do Ribatejo). A razão desta minha (re)visita ao local prendia-se maioritariamente com a observação de Aves Invernantes, e aproveitada para dizer olá à Geocache homónima do local, a Paul do Boquilobo [Golegã] [GC10ZPT].

Tomemos a indicação de alguns companheiros(as) para melhores percebermos como programar a nossa visita a este belíssimo local…

Ora, em finais de Julho, pleno verão, não… que o diga o M-Rock: “Provavelmente escolhemos mal a altura do ano para fazer... não só devido ao calor que se fazia sentir, como a ausência de água no paul, como é costume ver! Contudo, isso não nos fez demover da nossa intenção! Assim que chegámos encontramos o Arqº responsável pelo paul... que nos deu uma breve explicação acerca do paul e das espécies de aves que ali existem! Foi muito interessante!

Mais uma vez... ele chamou-nos à atenção que não seria a melhor altura para fazer este percurso...(…) O trilho é muito interessante e certamente noutra altura do ano será muito mais bonito!”.

Ao Coatfish não lhe faz diferença ir em Agosto, é um visitante regular e a altura mais seca acaba por ter outros motivos de interesse: “(…) é uma bela cache e aconselho a visitar o local pois é óptimo para dar uma caminhada ou ir de bicicleta, para os observadores de aves como eu apesar de se ver muitas aves nos sobreiros (pica-paus malhados grandes e galegos, chapins, estorninhos, águias e peneireiros) a melhor altura para ir ao boquilobo e ir ao observatório é no inverno/primavera pois observam-se as aves que estão cá de passagem, dos países do norte da europa (…)”

O dmdias sabia ao que ia e o que pretendia encontrar mas em Outubro, regra geral, ainda não choveu o suficiente para dar aquele brilho tão especial que a zona tem: “Desconhecia o Paúl do Boquilobo, e a ideia que tinha era de um local onde se podia observar várias espécies de animais...não sei se é por ser uma época do ano em que a vegetação está bastante seca e não existem ribeiras nem lagoas, mas não vimos por lá animais nenhuns à excepção de um corvo.

Fiquei um pouco triste pois ia a contar de aproveitar para ver várias espécies de animais por ali...”

A aproximação da chegada de Novembro altera completamente a experiência… que o diga o F3P que três semanas depois da altura em que o dmdias visitou o espaço, encontrou algo já completamente transformado: “(…) o parque do boquilobo é realmente uma relíquia em termos de fauna e flora, dei um bom passeio a pé e deu para absorver essa informação, só é pena o acesso pelo menos ao ponto de consulta turística estar em muito mau estado, e agrava-se mais com as chuvas (…)”

E chegámos ao Inverno. A melhor altura para visitar a Reserva e ter um cheirinho do que a mesma é e dos valores presente e que a levara à sua condição de protegida, oiçamos o John Snow que, na segunda metade de Novembro lá foi passear: “Cache feita durante uma visita guiada ao Paul, para observação de aves, na companhia de um simpático grupo de muggles. (…) Sobre o Paul do Boquilobo, é um local que aconselho toda a gente a visitar, sendo esta altura do ano muito boa.”

Mas são as palavras do Paulo Martins que, em jeito de resumo da matéria dada (aquando de uma visita em finais de Fevereiro), melhor nos podem seguir de guia para futuras visitas: “O que aprecio mais na Reserva Natural do Paul do Boquilobo são as diferenças do local de uns meses para os outros. Por exemplo:
Hoje foi possível ver que os terrenos estão alagados (daí o nome de Paul). Quando o sol começar a aquecer (Março marçagão… manhãs de Inverno, tardes de Verão) podem-se ver as fataças a saltar nos campos, que dois meses depois servirão de pasto para animais ou terreno de cultivo (milho, girassol). No verão… fica tudo seco e no Outono, se chover… o ciclo reinicia-se ficando tudo novamente alagado. É fabuloso!
Dependendo da época do ano, o Paul do Boquilobo transforma-se e até o visitante mais distraído apercebe-se que alguma coisa mudou.

Quanto às aves, esta pode não ser a época do ano por excelência, contudo ainda pode observar algumas espécies enquanto passava de bicicleta:
Pato Real (Anas platyrhynchos), Garça Boeira (Bubulcus íbis), Cegonhas (Ciconia ciconia), Verdelhões (Carduelis chloris), Pintassilgos (Carduelis carduelis), Melros (Turdus merula), Pardais (Passer domesticus), Garça Real (Ardea cinerea) e o Galeirão Comum (Fulica atra).”

 

Confesso que a mim, que ia em busca dos nossos amigos de penas e que sabia mais ou menos o que esperar deles, o que me surpreendeu de verdade foi encontrar o logbook original desta cache… afinal, fez dez anos de existência ainda este mês e não está escondida nos confins das montanhas… é uma T1,5/D1 a mera caminhada de 15/20 minutos. Tem sabido envelhecer em grande estilo.

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“A Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB) acompanha um troço do rio Almonda, que nasce na Serra de Aire e desagua na margem direita do Tejo, constituindo uma zona húmida com características de paul, inundada sazonalmente pelo transbordo do Almonda e do Tejo.

A dinâmica hídrica do paul, num ano hidrologicamente normal, inicia-se após as primeiras chuvas, gerando a subida dos níveis, fenómeno que ocorre por norma em outubro-novembro, situação que se mantém até finais de abril, princípios de maio.

O clima caracteriza-se por constituir uma peculiar transição entre as condições mediterrânicas e atlânticas, sendo por isso húmido, de temperaturas médias e com grande deficiência de água no verão.

Destaca-se a presença de uma importante colónia de ardeídeos que depende inteiramente das zonas permanentemente alagadas, utilizadas para nidificação, repouso e alimentação. As espécies que aqui nidificam são por ordem de grandeza numérica - garça-boeira, garça-branca-pequena, goraz, garça-cinzenta, garça-vermelha e papa-ratos. O colhereiro nidifica igualmente nesta colónia e merece especial referência por ser, em Portugal, um dos seus poucos locais de nidificação. Recentemente tem-se verificado a nidificação de íbis-preta e de corvo-marinho-de-faces-brancas. Contabilizando a cegonha-branca e um ou dois casais de milhafre-preto constata-se que esta colónia tem um total de 11 espécies, o que é único em termos nacionais e raro a nível europeu.”

Fontes: Paul do Boquilobo [Golegã] - GC10ZPT // http://www.icnf.pt/portal/ap/r-nat/rnpb 

Texto/Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte)

Artigo publicado na GeoMagazine #25.



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