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  Pintelho found Flora's Secret [VNMF]

A tarde estava pouco promissora para banhos-de-sol, mas começou na praia, ali perto.
Transportados pra um sonho de perigos marítimos, embatemos nas rochas e vimos o capitão afogar-se sob a fúria das ondas, mas não podíamos ali ficar para sempre.

E depois da tempestade, vem a bonança.

Como a ideia era seguir para o Malhão, o que só veio a acontecer na manhã seguinte, devido a uma indisposição do S. Pedro, que nos boicotou os planos (acabando nós a tarde na piscina interior do hotel, que chatice...), optámos por seguir de cachemobile até ao acesso recomendado.

Dali, a vista não augurava nada de muito bom. Nem a música dos Enya ali se enquadrava, mas algo não batia certo. Uma nomeada GPS, ainda por cima com um owner como o Paulo, não podia ser assim. E depois havia a parte do Segredo. Se a coisa fosse óbvia, não seria secreta.

Avançámos, calmamente. O céu ameaçava novamente chuva. Foi assim, cheio de chuviscos, todo o dia 20 de Maio. Pelo caminho, apesar da flora rasteira, ainda aprecámos uma espécie de fauna com umas tenazes bem ameaçadoras que, assustada, nos tentava fugir, constantemente incomodada pelos pauzinhos que eu teimava em colocar como bareiras à sua progressão.

Quando finalmente nos cansámos de incomodar o bicharoco, seguimos os últimos metros, e eu continuava com a sensação de que algo não batia certo.
10 metros, e nada de surpreendente. Vê-se o mar. Pouco mais.
Estava, pois, na hora de encontrar um acesso que evitasse os picos da flora.

Por aqui.
Nove metros, oito metros, e não foi a mais de cinco metros que consegui, finalmente, descobrir o segredo.

Ali, a dois metros de uma falésia, um banco, talhado pela natureza, ao longo dos anos, permitia-nos ver, lá em baixo, o que em mais lado nenhum se via - uma extensão admirável de praias e mar. O ambiente não podia ser mais tranquilizador e carinhoso. Sentei-me a apreciar. Fotografámos, daqui e dali, e já quase nem nos importávamos com o tupper. Por momentos, roubei para mim o segredo da Flora, cantado aos quatro ventos pelos Enya e desvendado à comunidade pelo paulohercules.

Foi só após uns minutos, com as primeiras gotas a acordarem-me do segundo sonho em menos de uma hora, que me decidi procurar o tesouro, que a GS - invariavelmente ela - encontrou num ápice.
Rabiscado o caderninho, e com a chuva a apertar, o regresso fez-se rápido, como rapidamente se ergue um corpo acordado violentamente a um sonho. O Malhão podia esperar, e iria esperar. Amanhã há mais!

Obrigado, paulohercules, pela partilha das deslumbrantes vistas que daqui conseguimos ter. Nunca me canso das arribas entre Milfontes e Porto Covo. São simplesemente magníficas.

Não tirei nada da cache, e deixei um largo sorriso e algumas boas recordações!

OPC!