Sempre gostei de engenhocas e trabalhos manuais, e o Walcarr fazia umas caches muito boas. Eu queria ter caches com containers de qualidade equivalente ou até superior às dele. E detesto os sacos pretos.... Só uma sai desse padrão de exigência, a do Parque Urbano, mas assim que puder vou mudá-la.
O Marégrafo do Porto é uma das caches nomeadas que tive o prazer de a fazer ainda antes de ser publicada. Recordo com muita saudade os mais de 90 minutos que um batalhão de geocachers demorou para a conseguir identificar. Como recordas esse dia?
Recordo que foi um dia muito porreiro e frio... coitados dos Beta Testers. Foi o culminar da minha busca para igualar o Mestre Walcarr, criar uma cache com ele em que ele deu o spot e eu o container. Foi uma noite bem passada com uns conhecidos que iriam passar a amigos de quem eu não vou esquecer.
É um orgulho para ti ter esta cache nomeada?
É sempre bom ter uma cache em que foi reconhecida a sua qualidade, mas esse reconhecimento é mais importante de ver nos logs. Depois do trabalho que cada container tem sabe bem ver que não foi em vão (para quem não sabe, cada container do marégrafo, antes de ser colocado ao serviço, sai de uma loja a reluzir e demora 3 dias a atingir aquele estado).
Já falei aqui dela, a The Fortress Mole, não só pela cache em si, mas também pelo que ela representa para mim, o início de tudo.
Fizeste grandes amizades no Norte e recentemente descobriste uma nova paixão. O que representa para ti o Gerês?
Não foi bem uma descoberta mas uma redescoberta. Com um grupo de bons amigos redescobri o prazer da caminhada ( já pertenci ao clube das meinhas). Mas o Gerês é o mestrado das caminhadas, tanto em dificuldade como em beleza.
Depois de fazer algumas caches pelas redondezas, atacamos a subida que estava em mau estado. Para negociar uma passagem, saímos do SUV para ver como o puro e duro se safava. Eis quando, o SUV atacado por uma alma penada que por ali rondava (eu não sei, mas também não vou culpar o Insano), resolve trancar as 4 portas deixando a chave solitária na ignição.....
Como o caminho ficou barrado pelo SUV, restou-nos a hipótese de ir buscar a chave suplementar a casa ou partir o belíssimo cristal que nos separava da chave. Geocacher que se prese faz as coisas pela maneira mais difícil, ficou decidido ir de Esposende à Maia, às 2 da manhã arrombar a porta de casa (sim, essas chaves também estavam no carro).... Mas faltava-nos um cachemobile.... Tivemos que telefonar a uma Boizola (Membro feminino do Geoboicote) que já estava a dormir, pois não era a noite delas, para nos dar uma boleia para um outro cachemobile que nos levasse à Maia.
Chegado à Maia, começou a tarefa de entrar em casa. Tentamos a porta, mas esta não estava no trinco mas sim devidamente trancada com 4 voltas de chave. Restou-nos arrombar uma janela pois felizmente a casa era num rés do chão. A janela ainda resistiu um pouco, mas nada que um barrote de madeira que se encontrava por ali perdido não resolvesse. Não sem antes acordar a vizinha de cima, que felizmente não chamou a polícia e apareceu à janela.
Já com a chave na mão regressamos a Esposende para retirar o dito cujo do caminho e completar mais uma cache.... Já era perto das 4 da manhã.
Vejo com orgulho o GeoPT.org, como um filho de um grupo de amigos, que se emancipou e está a voar sozinho, livre de constrangimentos e tabus. Vejo-o como uma comunidade, que não se quer consensual, em que qualquer um pode dar a sua opinião sendo só julgado pelos seus pares.
A toda a comunidade, um grande Abreijo, e espero que se divirtam nesta actividade, deixem os stresses no trabalho.