A concorrência nesse ano era feroz, com grandes caches em competição! Na tua opinião, quais os factores que fizeram a Pirata das Caraíbas (@ Lisbon) levar a preferência da comunidade?
Pois, a concorrência era de facto feroz, como já referi também, e continuo sem perceber muito bem o porquê de ter ganho. Acho que tens de perguntar isso a quem votou, mas na minha opinião e baseado nos logs que tenho lido e em conversa com quem a fez, o que acho é que o facto de ter sete pontos físicos “ligeiramente” diferentes, uma aventura estruturada com um texto a descrever o que vais apanhar pelo caminho e um final num local a relembrar os barcos dos piratas contribuem para esta preferência, pois proporcionam-te uma viagem divertida e diferente, acessível a miúdos e graúdos, dos 8 aos 80.
Esta cache apresenta uma óptima listing, um enredo fantástico e proporciona uma espectacular aventura, a julgar pelos logs! Podes desvendar um pouco da história desta cache? Onde foste buscar a inspiração para esta produção?
A história começou por uma pesquisa num site onde costumo comprar alguns dos meus containers. Na altura já colocava algumas caches “diferentes”, e andava muito entusiasmado com isso. Ao ver um baú com um pirata trabalhado em madeira, com um “mini” segredo para poder ser aberta a um preço jeitoso, pensei que aquilo daria uma cache porreira. Depois, estávamos na época do ano em que andava por ai o muito falado filme, Pirata Das Caraíbas. Pensei em fazer uma cache para este container, mas como foi um pouco caro para o que estava habituado, não podia fazer uma cache tradicional nem fácil de achar, senão o container desaparecia num instante (existe por ai muita ganância). Todos estes factores levaram-me a começar a pensar numa história de piratas, conciliando um conjunto de containers que já tinha também pensado para outras caches. Pensei que teria de ser uma multi-cache com muitos pontos para afastar a maioria das pessoas que só procuram tradicionais “só porque sim”, e para evitar o desaparecimento precoce do container e subsequente arquivamento da cache. Os pontos foram surgindo, assim como os locais. O ponto final foi encontrado graças aos Btt, e foi o culminar perfeito (acho eu) para esta cache.
Na tua opinião, ser owner de uma cache que alcançou tamanho sucesso acarreta uma responsabilidade acrescida? Achas que os geocachers vão ser particularmente exigentes com novas caches que eventualmente venhas a publicar?
Não acho que traga mais responsabilidade do que aquela que já tenho, pois esta cache é neste momento a menina dos meus olhos e tenho feito de tudo para que continue activa, pois tenho noção que procurá-la não é fácil, e o facto de haver um ponto desaparecido é uma grande desilusão, pois implica novamente perder 1 hora ou mais para depois a poder completar. Quanto a exigências dos geocachers, modéstia à parte, eu já tento sempre fazer caches diferentes do tradicional rolo fotográfico, por isso, qualquer coisa que eu coloque, ou ideia que tenha, será sempre motivo (para mim) para ser diferente. Se os geocachers forem mais exigentes com novas caches, óptimo. Ainda bem. Gostava que fosse assim com todos os owners. Era bom se assim fosse. Pode ser que muitas das caches “banais” que por ai andam fossem gradualmente desaparecendo ou arquivadas por falta de interesse de quem procura. Em todo o caso, acho que é algo que não irá acontecer.
De um modo geral qual é a tua opinião sobre o projecto Prémios GPS? Os critérios de selecção e a fórmula de votação parecem-te adequados? Em que medida esta saudável competição pode beneficiar a qualidade do geocaching em Portugal?
Os Prémios GPS para mim, foi das melhoras coisas que apareceram nos últimos dois anos de geocaching. Permitem separar o trigo do joio, e classificar de um modo justo (penso eu), a qualidade de muitas caches que por ai existem. Para mim, foi uma maravilha. Peguei logo na Pocket Query das 296 caches e coloquei no GPS e na minha TO DO List. Estas são as caches que eu quero mesmo fazer. Estas são as caches que importam. Estas são as caches que a comunidade diz serem as mais interessantes de Portugal. Isto foi o que pensei, e até agora não tenho tido problemas. Mais existem a merecer uma certa distinção e a constar da minha lista, mas os prémios GPS já é uma graaaaaande ajuda. Gostava também que existissem uns prémios GPS para as piores caches do ano, e talvez para o melhor evento, se bem que não é fácil qualificar isso de forma justa em todos os eventos. A fórmula parece-me bem, até porque não tenho sugestões sobre como a melhorar. Para mim funcionou, pois leva muitos factores em linha de conta e todos eles, bastante viáveis. Esta competição beneficia em muito geocachers como eu que já desistiram de procurar todas as caches numa área (em Lisboa, por exemplo), pois é mais provável que ao fim de 10 caches tenha vontade de ir para casa e arrumar as botas. Se eu sair de casa para ir procurar uma destas caches nomeadas, sei que a experiência vai ser agradável e com isso, posso terminar um dia de geocaching muito contente e com um sorriso rasgado de alegria.
Pelo segundo ano consecutivo, desafiaste a comunidade num evento que já é uma referência ao nível nacional, o #Ar - Geo-Queda, em parceria com os Btt. Como começou esta tua paixão pela queda livre? Consegues descrever a emoção de um salto a 4200m de altitude?
Pergunta difícil… esta paixão começou há muitos anos, com o meu gostinho por alturas. Saltar de um avião é algo que eu já gostava antes de ter saltado, e era algo que me fazia tremer de adrenalina só de pensar. Na minha despedida de solteiro, os meus queridos amigos, decidiram pregar-me uma bebedeira às 10h da manha em Lisboa, e depois levaram-me para Évora, de olhos vendados. Depois de almoço (sem saber onde estava), levaram-me para o Aeródromo de Évora, onde me enfiaram dentro de um avião, e me atiraram de lá de cima. Bem… resumindo, foi mais ou menos isto. Quando estava no aeródromo, já estava em pulgas para saltar. Depois, uns meses mais tarde, falei com o Aurélio dos Btt, e contei esta experiência. Ele disse que seria uma óptima ideia para um evento, até porque ele também tinha interesse em saltar. Um puxa o outro e o evento aí está. Como fiz uma grande amizade com o João Oliveira da Skydive Experience neste meu primeiro salto (e ainda fiz outro uns meses mais tarde, oferta de aniversario), foi só ligar-lhe e perguntar se queria aturar esta malta toda que estava interessada. Condições postas na mesa, contacto com o Aurélio para fazer texto da cache, publicar e aqui está o evento em 2010. Em 2011, foi só repetir a fórmula. A emoção de saltar a 4200m é algo indescritível para mim, pelo gozo que me dá. A sensação de voar… literalmente voar, estar livre… é algo difícil de descrever e que cada qual terá a sua própria definição. Por mais vídeos que te mostre, por mais relatos que te conte, é sempre difícil descrever. Tens nos logs muitas opiniões diversas e acrescento ainda a leitura atenta deste pequeno livro, que conta ao pormenor a experiência de um colega meu, ao fazer o seu primeiro salto. Li este livro online antes do meu primeiro salto, e isto elevou ainda mais as minhas expectativas, de tão pormenorizado que está. Mais em baixo na página tens o download do ebook. São cerca de 50 páginas de leitura fácil e rápida.
Para ti o salto de pára-quedas representa o exponencial máximo da adrenalina, ou podemos esperar novas surpresas e desafios ainda mais radicais da tua parte?
Este desafio é radical, mas tenho um outro pensado, que eu considero ainda mais radical .Veremos se o consigo organizar, pois ainda não consegui falar com os responsáveis como deve ser e acertar pormenores. E garanto-vos que este não será para o estômago de qualquer um.
Já foi oficialmente anunciada a tua futura colaboração no projecto Geopt.TV. Excelente notícia, passaste nos castings! O que motivou esta parceria, e sem revelar eventuais surpresas, o que podemos esperar desta cooperação?
Esta parceria surgiu de um convite do Migueis, fruto do rescaldo da Geo-Queda (primeiro evento a ser transmitido em directo para a Geopt.TV), e devido à minha paixão por fazer filmes e adorar filmar estas minhas (des)aventuras. Sempre que faço BTT, queda livre, escalada ou qualquer coisa diferente, ando com a minha GoProHD atrás, ou à cabeça, e a edição de vídeo começou a ganhar um cantinho especial na minha vida. O gosto foi tanto que terminei ontem o curso de After Effects para elevar ainda mais a pós-produção vídeo do que tenho feito. Juntando tudo isto, surgiu o convite, que aceitei, visto ser algo que me agrada muito. Poder participar com os meus vídeos, dos eventos de geocaching ou com outros vídeos que sejam produzidos para uma TV de geocaching é uma honra e um privilégio e conto despender muitas horas para levar até vós aquelas aventuras que tanto gozo deu a quem as viveu. Esta cooperação vai contar com o meu apoio principalmente na edição de vídeo para a Geopt.TV, e o que posso prometer para já, são uns vídeos de várias aventuras de vários geocachers (a disponibilizar em breve), trabalhados por um amador-curioso, para uma televisão super profissional. Esperemos que gostem. Vou tentar dar o meu melhor.
Obrigada Peter! Ficamos ansiosamente à espera da concretização destes novos projectos que, com certeza, não vão deixar a comunidade indiferente!